quarta-feira, 14 de agosto de 2013

As tecnologias que acreditamos serem "novas" não são tão novas quanto imaginamos...


Caros leitores,

abordando um tema novo no blog, desta vez um pouco mais técnico, mas interessante, eu gostaria de falar um pouco sobre as tecnologias que desde o passado eram originadas nas pistas e mais tarde, eram incorporadas aos carros de rua. Nós acreditamos que certas tecnologias mecânicas são novas, mas como veremos a seguir, várias delas foram criadas bem antigamente:

- O compressor volumétrico: O compressor volumétrico, ou blower ou super-charged que hoje vários carros de ponta e até alguns populares utilizam como recurso de aumento de potência, já era utilizado desde os anos 20 nos carros de corrida, para aumento da taxa de compressão dos motores.


Alfa Romeo tipo B P3 1934 Utilizava duplo compressor roots



Bugatti type 35 1925 Utilizava compressor roots


EBD: Eletronic Brake distribution A tecnologia de distribuição de forças de frenagem, hoje eletrônica, havia sido utilizada por Ferdinand Porsche, no projeto do Auto-Union type C 1936 com atuação mecânica, para poder melhorar a forma de frenagem do bólido, que tendia a saída de traseira e mesmo com circuito duplo de lonas, nas enormes panelas de freio, era difícil de parar devido a tremenda potência do motor V16 com compressor de 520hp, que chegou a ter 632hp !





Auto-Union Type C 1936


Twin Spark: A tecnologia de duas velas por cilindro, utilizada por alguns fabricantes hoje em dia, em especial a Alfa Romeo, tem origem nos motores aeronáuticos, e já era utilizada nas pistas em carros como a Maserati 250F em 1957. 


Maserati 250F Ligthweigth 1957

Comando com multi-válvulas: A Bugatti type 35 já citada no post usava três válvulas por cilindro, em 1921 ! algumas Bugattis já usavam 4 válvulas por cilindro. 



Comandos no volante: Os carros hoje em dia tem comandos no volante, e isto é anunciado como uma novidade, mas no passado os comandos no volante eram muito comuns. Os carros costumavam, ter alavancas que comandavam o ponto de ignição, ou controlavam o "avanço" do motor, e em alguns carros uma alavanca era o acelerador. 


Morgan Aero Supersports 1930 com os comandos no volante, inclusive o acelerador


Injeção direta de combustível: Os carros mais modernos hoje em dia tem utilizado a tecnologia de injeção direta de combustível. A Mercedes-Benz W196 já utilizava injeção direta de combustível (mecànica) Bosh em 1954 ! além disto utilizava comando de válvulas desmodrômico. 



               
Mercedes-Benz W196 Nürburg type 1954
                                                                                                  
Como pudemos ver, as tecnologias na verdade ressurgem com o passar do tempo, ou vão sendo acrescidas dos recursos eletrônicos que temos hoje em dia. Grande abraço e aguardem os próximos posts. 


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Grandes pilotos do passado: Juan Manuel Fangio

Caros leitores, dando sequência a série de posts sobre os pilotos dos carros que fiz em miniatura, vou falar um pouco sobre o maior piloto da fórmula 1 no passado, que pilotou vários destes carros:

Juan Manuel Fangio

Nascido em Balcarce na Argentina em 1911, Juan era filho de imigrantes Italianos. Desde cedo mostrou sua paixão pelos carros, logo após completar o serviço militar abriu a sua própria garagem, e começou a disputar corridas em eventos pela Argentina afora. Eram geralmente corridas de longas distâncias e em estradas muitas vezes precárias. Em 1940 ganhou o grande prêmio del Norte em um percurso de 10.000 Km. Esta corrida entre Buenos Aires e Lima no Perú, tinha trechos através dos Andes. Após muitos sucessos em provas com carreteras, ele foi enviado para a Europa após a segunda guerra, patrocinado pelo governo da Argentina. Com 37 anos ele já havia obtido sucessos regulares nas pistas. Em 1950 foi convidado a correr pela equipe da Alfa Romeo, ao lado de Nino Farina, sendo Nino o campeão, e Fangio segundo lugar. Em 1951 ainda na Alfa Romeo pilotando a Alfetta 159 (no ano anterior denominada 158) conquistou o primeiro título mundial. Correu ainda com o BRM type 15 V16 ao lado de Froilán Gonzales.


Fangio pilotando a Alfetta 

Fangio pilotando a Alfetta 
Alfa Romeo 158 "Alfetta" 1950


Alfa Romeo 158 "Alfetta" 1950


BRM Type 15 V16 1950

BRM Type 15 V16 1950




Em 1952 Fangio sofre seu primeiro grave acidente em Monza, onde fraturou o pescoço. A Maserati de Fangio rodou e pegou um barranco de barro, fazendo com que o carro desse uma pirueta no ar, sendo Fangio lançado para fora do carro. O acidente foi quase fatal, deixando Fangio entre a vida e a morte, e fez com que perdesse o resto da temporada. No ano seguinte ele voltou pilotando a Maserati A6GCM e obteve um segundo lugar no campeonato. Em 1954 ele iniciou a temporada na Maserati, e depois trocou de equipe indo para a equipe da Mercedes-Benz, e com o lendário W196 conquistou seu segundo título mundial.

Fangio com a W196

Fangio com a W196

Estátua em homenagem a Fangio com a W196



A Mercedes W196 Em miniatura

A Mercedes W196 Em miniatura

A Mercedes W196 Em miniatura


Em 1955 ele continuou na Mercedes e obteve seu tricampeonato. Na temporada de 1956, ele mudou novamente de equipe, e correndo pela Ferrari-Lancia com a D50 sagrou-se tetra-campeão.


A Lancia-Ferrari D50 

Em 1957 mudou novamente de equipe, voltando a Maserati para pilotar a 250F, com a qual conquistou o penta-campeonato, em uma brilhante temporada.


Fangio a bordo da Maserati 250F


Maserati 250F Ligthweigth 1957

Maserati 250F Ligthweigth 1957

Maserati 250F Ligthweigth 1957


Na temporada de 1958 a qual seria sua última, Fangio terminou em quarto lugar, pois sua Maserati já não era mais competitiva frente aos novos Cooper Climax com motores traseiros. Fangio foi sem dúvida um dos maiores pilotos da fórmula 1 de todos os tempos.